
Formas islâmicas “Cristãs”, o azulejo de “corda seca” de Sevilha, séculos XV/XVI
Com a conquista do Reino de Granada pelos Reis Católicos, em 1492, desapareceu a elite muçulmana que, durante séculos, tinha promovido a arte dos azulejos alicatados na Península Ibérica. Essa técnica, muito dispendiosa, era usada sobretudo por reis e nobres, tanto em reinos islâmicos como cristãos.
Transição de Técnicas
O alicatado exigia a colaboração entre o ceramista e o “alarife”, responsável por cortar e aplicar cada peça com precisão. Como era demorado e caro, foi gradualmente substituído por soluções mais rápidas e económicas, capazes de responder à crescente procura.
A resposta foi o azulejo quadrado, mais fácil de fabricar e aplicar. Uma das técnicas que surgiu dessa necessidade foi o azulejo de corda seca.


O Azulejo Quadrado em Corda Seca
O azulejo hispano-mourisco de corda seca surgiu como alternativa ao alicatado. Inspirado nos padrões islâmicos, este tipo de azulejo é decorado com contornos traçados com uma pasta gordurosa misturada com óxido de manganês. Essa “corda seca” funcionava como barreira entre as cores, impedindo que os esmaltes se misturassem durante a cozedura.
Um Marco na Cerâmica Decorativa
Esse método permitia produzir azulejos com desenhos complexos, semelhantes aos do alicatado, mas de forma mais rápida e económica. Assim, a técnica da corda seca marcou uma transição importante na cerâmica decorativa ibérica, mantendo a influência islâmica num contexto cada vez mais cristão
