
Os “Tapetes” de Azulejos: Símbolo da Azulejaria Portuguesa do Século XVII
A azulejaria portuguesa conheceu, no século XVII, um momento de esplendor com a criação dos chamados “tapetes” de azulejos, composições decorativas de grande escala que imitavam a aparência de tapeçarias.
A origem destes tapetes remonta aos finais do século XVI, com a utilização de composições em caixilhos, azulejos monocromos que delimitavam padrões decorativos organizados. No entanto, já no século XVII, este modelo foi progressivamente ultrapassado por esquemas mais dinâmicos, chamados “compósitos”, nos quais os padrões se expandiam livremente, formando grandes painéis contínuos.
Azulejos policromados vegetalistas e florais
Com o tempo, as razões económicas também contribuíram para o abandono dos caixilhos. Embora os azulejos monocromáticos tivessem um custo de produção inferior, a sua aplicação exigia mão de obra especializada, o que aumentava o custo final. Já os azulejos com padronagem repetitiva, de formato quadrado e uniforme, permitiam uma colocação mais rápida e económica.
A transição dos caixilhos para os tapetes não foi brusca, mas sim resultado de um processo de evolução e adaptação. As composições passaram a ser marcadas por um ritmo decorativo bem definido de padrões geométricos de repetição. Elementos decorativos policromáticos vegetalistas e florais tornaram-se constantes.


Os grandes tapetes azulejares
Assim nasceram os grandes tapetes azulejares: composições de padrões rítmicos e simétricos, que se tornaram um verdadeiro símbolo da azulejaria portuguesa do século XVII.
As cores predominantes nesta época eram o azul cobalto, amarelo de antimónio, verde de cobre e manganês. Após 1670, impôs-se o gosto pelo azul e branco, fortemente inspirado na porcelana chinesa da dinastia Ming.
Influência islâmica e Italiana
Estes padrões refletem influências da arte islâmica e do Renascimento italiano, resultando numa expressão única e inconfundível do património decorativo português.
